segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

três torres vigiam uma das entradas da zona leste goianiense.

eu que testemunhei a passagem de um peão tangendo o gado nos anos 90, a inauguração dos postes de luz da avenida olinda, a construção da pista de caminhada na mesma avenida, a transformação do pasto que antes nos servia de campo de decolagem e pouso das pipas coligadas em linhas banhadas de vidro e cola; eu que vi o pasto de diversões sendo aos poucos ocupado por casarões e muros de um condominio fechado onde hoje mora o estelionatário Carlinhos Cachoeira, testemunho a passagem do tempo através da paisagem. Três gigantes torres vigiam as janelas da casa de meus parentes, um tribunal de justiça edificado condena e castiga as ruas do bairro água branca, um ministério público transborda de carros a cabeçeira das ruas da antiga periferia e um paço municipal tingido de vermelho pela terra ferruginosa destes pagos, cercado pelas últimas árvores tortuosas de cerrado e solitário nas margens da BR 153 decretam a chegada da modernidade tardia num dos rincões mais roseanos do país. três torres ladeadas de terra vermelha vigiam o vale do córrego água branca e ainda assim as árvores de flor roxa resistem, o mogno plantado pelo pai resiste, a frutaria resiste, os carros de som anunciando picolés a preço de banana resistem, o sol resiste...três torres economico-residenciais vigiam e dormem enquanto vigiam a zona leste goianiense.

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