segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

aos que não fustigam sombras nem luz
aos que cambaleantes erguem-se de derrapadas no asfalto duro e monótono
aos que reluzem de dentro do pó
aos que se fazem já do que era muito antes: futuro-agora
a todas y todas
sem-graçamente engraçados
estupidamente desalinhados,
não menos contentes por isso.
aos que navegam sem se assanhar com impiedades
aos que sorriem tendo pouco,
sonhos e mais sonhos
desejo todos os sonhos realizados
todas as realidades sonhadas
todas as impossibilidades possibilitadas.
aos que já a morte tenha tocado na tangente,
vida,
lhes desejo aquela vida
uma vida daquelas
fulgurosa e gozante
que brilha para mais além
que ultrapassa bandeiras;
um cometa assim,
tipo traço forte que se faz
tocante e nosso. a todas y todos assim,
assombrosamente luminosos.

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