domingo, 13 de setembro de 2020

 estou selva, fagulha,

filomena nos passos do aço.
estou açude e carrapato do burro. estou.
estou como nunca fui sendo. cortante.
haste de vidro na polpa de seus olhos,
seiva na boca de suas botas. molhadas. sonoras.
arre! foda-se hoje razões e planos,
ezquizemos infinitamente. até o fim sem fim.
um salve. um salve. um salve aos alucinados.
um salve aos que nas esquinas sonham
sem serem incomodados por opiniões.
um salve aos que só são
nas esquinas da cidade,
ilha.
a poesia é sem nome. um alumbramento que não cabe num só jeito. um sonho e só