vive de pequenos furtos cometidos em supermercados
rouba ácidos para descongestionar o sábado
rouba o fermento que cresce o pão
rouba o doce do mel
rouba lápis para apontamentos
rouba mordidas de sonhos antigos
rouba o fogo das máquinas de assar frango
vive só nos terminais a desfilar pelas veredas de ônibus com uma bicicleta
seu rosto é sério e triste
tem pouca idade
perdeu alguns dentes
sonha em voltar para Criciúma
enquanto caminha solitário pela avenidade de restaurantes lotados
vive de pequenas esmolas e puro desejo de ser livre sem saber por onde começar.
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