Estes limiares entre passado e presente, entre espírito e corpo, entre memória e matéria: dia desses houve algo novo. Como a boca que fala fora do corpo sentimos uma ruptura, presenciamos o descompasso temporal entre a carne e a lembrança. A voz observava de trás o corpo imerso na densidade atmosférica da sala, lugar muito lento. A voz, espírito do tempo, abocanhada pelas torrentes relacionais contemplava impressionada a lentidão da matéria diante de sua emergente necessidade de transformação. A voz puxava o presente-futuro, a novidade, e a matéria teimava em ser vagarosa, estranhava a novidade. Um momento disruptivo, uma cisão foi o que aconteceu. Algo pra ser levado em conta nestes nossos processos de transformação: o hábito ao qual nos agarramos precisa ser desarticuldo cuidadosamente, amorosamente pois os conceitos aos quais eles se agarram já não frutificam mais. Larga esse hábito e recria a existência no fazer com atenção aos mínimos detalhes porque a novidade do mundo já está aí, ainda que a guerra esteja sendo tramada pra gente não ver isso. Repara e vai! É o que me digo dizendo à todes!
quinta-feira, 30 de abril de 2020
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