domingo, 12 de fevereiro de 2017

A ilha dentro da ilha
Um Polonês, provavelmente judeu, bebendo uma cerveja alemã diante de um supermercado que emprega nordestinos.
Uma cidade flutuante nadando em ouro e prata enquanto é observada do alto dos morros por traficantes ucranianos e russos vindos do oeste do estado e do estado vizinho - Paraná.Destas elevações ascendem diariamente descendentes de escravas que antes não eram escravas. Eram nobres e livres em Cabinda, em África.
Outros, novos no pedaço, ocupam empregos pífios hablando um francês particular, o Créole. São descendentes da primeira revolução negra das Américas. Haitianas e Haitianos trazidas por uma maré migratória pós terremotos que escancararam a história deste lugar. Um exército sem comandantes marchando diariamente "sob o olhar sanguinário do vigia" branco e assassino, enquanto este range os dentes, sentado numa poltrona, sempre que um pedaço de território branco é ocupado e aproveitado de fato.
Há de se esperar por outra revolta que rearranje esta história de saque e usurpação, pues. Uma revolta que virá pelo entendimento de que memória é revolução.

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